O aluno Álvaro Oliveira, do 5° período de Jornalismo, integrante da Pastoral Universitária, realizou no mês de janeiro sua segunda missão voluntária com os imigrantes venezuelanos em Boa Vista/RR. O desejo surgiu da sua primeira experiência, quando em julho de 2018, participou do mesmo projeto, em Manaus/AM. O aluno relata que sentiu a necessidade de dar continuidade no projeto e do desejo de ajudar na região de Boa Vista, já que é o local de maior fluxo migratório do país, depois de Pacaraima/RR na fronteira.
O voluntariado de Álvaro aconteceu do dia 04 ao dia 28 de janeiro, o local da ação era na Cáritas Brasileira, um organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). No período da manhã, o jovem auxiliava na parte da documentação, “todos os dias centenas de imigrantes iam até a Cáritas para fazer o agendamento de Carteira de Trabalho, residência e refúgio. No período da tarde, eu aplicava a aula de Língua Portuguesa, com um material cedido pela Prefeitura Municipal de São Paulo, para uma turma de 30 imigrantes.” Relata o estudante, que estava hospedado na residência das Irmãs Scalabrinianas, num local afastado, todos os dias ele utilizava o transporte de lotação para chegar até o local de trabalho, que realizava das 08h às 18h.
“Também tive a oportunidade de conhecer os abrigos de Boa Vista, o Rondon 3, que é um abrigo para famílias, que tem em média mil pessoas. O Nova Canaã, que ficava do lado da minha hospedagem que tem cerca de 800 pessoas. Na verdade, o bairro que eu estava era praticamente de ocupações de imigrantes. Também trabalhei com a ONG “mexendo a panela” que é um projeto feito numa igreja chamada Nossa Senhora da Consulta, lá eles fazem marmitas para serem entregues aos Imigrantes em situação de rua. Aos finais de semana a gente distribuía cerca de mil marmitas na rodoviária de Boa Vista. ” Narra o estudante.
Álvaro também teve a oportunidade de ir à Pacaraima/RR junto com a Pastoral do Migrante conhecer a fronteira, distribuiu café da manhã aos imigrantes principalmente aos indígenas da comunidade Warao, uma etnia indígena que habita o nordeste da Venezuela e norte das guianas ocidentais, povos que foram os principais afetados, já que eles viviam em locais mais afastados na Venezuela, portanto locais que já não recebiam subsídios do governo venezuelano.
“O trabalho voluntário vem me surpreendendo todos os dias. Nós vamos a campo fazer o voluntariado pensando que vamos mudar a vida de alguém, mas na verdade é toda aquela realidade que muda a nossa. Hoje eu aprendi a dar mais valor em tudo que eu tenho, ver pessoas que tem tão pouco, mas que continuam felizes e não perdem a esperança, me faz acreditar no quanto vale a pena “largar” minhas férias para ajudar aqueles que tanto precisam de nossa ajuda. São pessoas carentes de tudo, mas muitas vezes o que elas mais precisam é de atenção, afeto, alguém que possa dar as mãos. Muitos deles sonham em voltar para Venezuela, mas a maioria quer continuar aqui e contribuir com o nosso país. E hoje o meu sonho é poder dar o melhor de mim pela causa humanitária, ajudar mais pessoas a conseguirem ser cada dia mais inseridas na nossa sociedade. ”
Álvaro encerra o relato testemunhando o valor único de se dedicar ao outro, aos menos favorecidos, independente da sua origem. Essa é uma das oportunidades que a Pastoral Universitária gera, unindo os dons dos alunos para sanar a carência da comunidade, seja onde for.
A Pastoral Universitária é uma extensão do ensino e formação do aluno em todas as unidades Salesianas. “Entre as diversas atividades de aprofundamento, retiros, reflexões, celebrações, com atuação local e regional, o movimento também existe para acolher, formar e fortalecer os alunos e professores que sentem o chamado em dar apoio e assistência ao próximo necessitado”, explica a Irmã Silvana Soares, coordenadora da Pastoral no UNIFATEA, que estende o convite aos demais alunos e professores que, por ventura, sintam o desejo de ir além da sala de aula.
Toda ajuda ao próximo é feita de maneira gratuita, assim acontece com as missões da Pastoral. O aluno ou o professor é preparado para a missão semanalmente nos encontros do movimento, existe uma orientação para hospedagem, o qual é feito contato antecipado da coordenadora com as residências de destino, e as despesas de viagem ficam por conta de doações, normalmente é feito rifas para arrecadação ou os próprios voluntários garantem o dinheiro para o custeio da viagem.
As ações voluntárias acontecem nos meses de janeiro e julho, período de férias para facilitar o planejamento dos participantes.
A próxima missão de voluntários prevista, será a dos professores para Angola, em julho. Até o momento estão realizando encontros de preparação.
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