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REDE-UNIFATEA: O desafio de manter a saúde mental dos 60+ em época de pandemia – por Micheli de Cássia Ferreira – 7º ano de Jornalismo

Por: Micheli de Cássia Ferreira – 7º ano de Jornalismo – UNIFATEA

Supervisão: Daniel Leite Andrade

As pessoas idosas, consideradas do grupo de risco, possuem o desafio de manter a saúde em dia, com todas as limitações da idade, nesse momento difícil de pandemia da Covid-19. Equilibrar os cuidados entre a parte física e o bem estar mental é o mais importante.

Segundo indicam as autoridades de saúde, o isolamento social é indispensável para quem tem 60 anos ou mais e também aos portadores de doenças crônicas como diabetes, insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica, doenças neurológicas, pacientes oncológicos e pacientes em tratamentos com imunossupressores (quimioterapias, corticoides, imunobiológicos entre outros), a fim de reduzir ao máximo o risco de contágio pelo novo coronavírus.

A adoção de todos os cuidados pode garantir a essas pessoas uma vida saudável, que é muito mais do que não ter doenças, segundo a definição do Decálogo criado pela Rede Conselhos da Pessoa Idosa do Vale do Paraíba e Litoral Norte (REDE). O grupo, criado em 2018 com o objetivo de unir esforços de conselhos de defesa dos direitos da pessoa idosa, elaborou a lista de 10 itens para nortear as suas ações. São eles: autonomia, convivência intergeracional, dignidade, envelhecimento ativo, independência, longevidade, prioridade de direitos, protagonismo, proteção integral e vida saudável.

10 dicas para ajudar as pessoas idosas em casa

Para entender um pouco sobre o último deles, especialmente a saúde mental em época de pandemia como a atual, a reportagem conversou com a Vanusa Oliveira, atuante nas cidades de Taubaté e Lagoinha, no interior de São Paulo.

De acordo com a profissional, é essencial que as pessoas que convivem com quem chegou aos 60 anos entendam as dificuldades do momento. “Os pensamentos deles são outros, os costumes, a própria rotina mesmo que eles trazem é outra, e a gente precisa entender isso. Muitos acreditam fielmente que não vai acontecer nada com eles, e grande parte  usa da fé e da crença na saúde dizendo que é forte e nada vai ocorrer. Além disso, a maioria dos idosos são ativos mesmo, gostam de “bater perna”, e é daí que vem a dificuldade deles em entender a importância de ficar em casa. Cabe a nós explicarmos com cautela os reais motivos de ficar em casa, que essa é uma das formas de prevenção, e dizer que é um momento passageiro, que logo tudo vai voltar como antes”.

Além de entender a necessidade do isolamento, os idosos precisam ocupar a mente para afastar o perigo de sentirem a solidão. “Para o idoso não adoecer, ele precisa ocupar o tempo e, consequentemente, a cabeça. As pessoas do ciclo de convivência desse idoso devem criar, junto com ele, um roteiro de atividades que possam preencher a rotina dele em casa, pois não é nada saudável o fato desse idoso ficar o dia todo em casa sem fazer nada e sem falar com ninguém. As atividades podem ser variadas e devem ser de acordo com o limite físico e cognitivo de cada idoso” afirma a psicóloga.

Vanusa também sugere atividades para fazer o idoso se sentir útil. “Com essa mudança de rotina, o humor dele pode mudar e a motivação de fazer as coisas pode diminuir. E com isso, a depressão pode surgir e questionamentos a respeito da própria vida podem vir à tona também. Então, os familiares e pessoas mais próximas devem fazer de tudo para que esse idoso se sinta útil e, principalmente, querido. Uma dica que sempre dou em relação a isso é que mesmo que você saiba como organizar um armário de cozinha, ou um guarda roupa, por exemplo, chame esse idoso para te ajudar, para dar dicas, opiniões”, conclui.

A psicóloga reuniu 10 dicas para amenizar os efeitos da fase de isolamento social nas pessoas idosas:

  1. Fazer alongamentos e praticar exercícios físicos; 30 minutos por dia já são suficientes
  2. Caminhar dentro de casa
  3. Dançar músicas preferidas
  4. Organizar armários de cozinha, guarda roupas, gavetas
  5. Fazer algum tipo de trabalho manual ou artesanato, se a pessoa gostar
  6. Jogar jogos da memória, palavras cruzadas, caça-palavras, quebra-cabeça, jogo dos 7 erros
  7. Praticar a leitura e pintura
  8. Assistir algo que goste (programas favoritos, filmes, novelas e séries)
  9. Criar um diário relatando a rotina e resgatando momentos especiais da vida
  10. Manter o contato diário com pessoas queridas, mesmo que por ligações, mensagens ou chamadas de vídeoAlém da solidão que pode advir do isolamento, a saúde mental também pode ser prejudicada com o excesso de informação dos noticiários, que costumam ser um dos programas favoritos dessa faixa etária. “É claro que é importante eles ficarem atentos aos dados da doença e tudo que está acontecendo no meio dessa pandemia, porém eles devem aprender a filtrar as informações e, também, limitar os horários para se informar, ou seja, não ficar o dia todo com a TV ligada, nem o tempo todo na internet. Além disso, devem aprender a confirmar se é real tudo que eles recebem pelo whatsapp ou se são as famosas fake news, e buscar sempre por fontes confiáveis”.

Como sugestão, a profissional sugere o uso da internet: “sugiro que eles usem a internet a favor deles nesse momento, isto é, procurar por vídeos positivos, por vídeos fofos e engraçados, procurar por relatos de pessoas quese curaram da doença, assistir a clipes de músicas, ver novas receitas, conversar sempre com alguém por mensagens, entre outras inúmeras coisas que a internet nos proporciona.”

Reuniões online da REDE debatem vida saudável

Para que os integrantes da REDE continuem em contato nessa época de isolamento em casa, eles têm realizado reuniões online.

Conselheira por Lorena (SP), Maria Guiomar Munhoz Leite explica que o trabalho do grupo envolve, sobretudo, a qualidade de vida das pessoas idosas. “Ter uma vida saudável não é somente alimentar- se bem e possuir uma saúde mental, é estar seguro de que seus direitos estão sendo atendidos, e nós trabalhamos para isso”.

Para Eunice Ribeiro, de 60 anos, aposentada, o maior desafio dessa crise é controlar os pensamentos e a negatividade. “É muito difícil acordar todos os dias sabendo que estamos correndo riscos se vamos ao mercado ou se saímos para varrer a calçada. Sinto saudade da casa cheia, dos netinhos, dos filhos e bate a tristeza em saber que por um bom tempo ainda não vou conseguir ver eles”, afirma a moradora da cidade de Lagoinha (SP).

A preocupação aumenta com os noticiários, o que ela tem evitado. “Eu fico apavorada a cada vez que ligo a televisão, é só esse tal de coronavírus, ninguém acha a cura e eu já acho que vou morrer” conclui.

Veja mais sobre a REDE: http://www.rededeconselhos.com/blog/2020/05/07/jovens-falando-de-nos-rede-participa-de-oficina-com-estudantes-de-jornalismo-do-unifatea-e-publica-textos-dos-alunos-sobre-temas-ligados-aos-60/

https://www.instagram.com/conselhospessoasidosas/

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