Dia 17, Quarta-feira de Cinzas, iniciamos o período quaresmal. Para introduzir esse momento de preparação para a nova vida cristã, nossos colaboradores participaram de uma singela cerimônia na capela do UNIFATEA apresentada pela Ir. Zenilde.
Durante o momento os convidados puderam aproveitar a oportunidade para refletir sobre a importância de se colocar no lugar do próximo, praticar a empatia, e ainda, entender o verdadeiro significado da união de toda a comunidade. Você pode fazer a leitura do texto compartilhado a seguir:
A ESTÓRIA DE UM ENCONTRO:
caminho do amor
Evangelho de São João, capítulo 4, vers. 1 a 42
1. Eu preciso de você:
Jesus e seus discípulos estão viajando da Judéia para a Galileia. São cerca de 150 Km. É uma região desértica e, por volta do meio dia eles pararam junto a um poço. Os discípulos vão procurar comida e Jesus fica sozinho. Chega uma mulher e Jesus lhe pede água (Jo 4, 1-7). Este é o primeiro passo para que haja encontro: o precisar de alguém.
Quem é completo e se basta, não tem possibilidade de encontrar-se com ninguém. Quem se reconhece incompleto, que precisa de outros, já está na perspectiva do encontro.
2. Eu não sou você, você não sou eu:
Para os judeus, os samaritanos eram um povo infiel, marginalizado. Além disso, a mulher não ocupava um lugar importante na sociedade judaica. Assim, a mulher estranha o pedido daquele homem que, ainda por cima, é um Galileu (Jo 4, 9).
Este é um segundo passo: o estranhamento. Só podemos nos encontrar com o diferente. Aquele que busca encontro com igual, busca encontras a própria imagem e não o outro. A diferença possibilita e não inviabiliza o verdadeiro ENCONTRO.
3. Eu tenho algo meu para você:
O estranhamento pode inviabilizar o encontro se as pessoas se fecham nele. Jesus percebe isso e se abre, mostrando à mulher que tem alguma coisa a partilhar (Jo 4, 10). Também conosco, se há fechamento para o outro, para o diferente, o encontro não acontece. É preciso que superemos a diferença, não anulando, mas partilhando, o que temos de nosso, para que o ENCONTRO se realize.
4. Eu também preciso de você:
Vendo que Jesus partilha e não se fecha ao que é diferente, a mulher também se abre e entra na dinâmica do Encontro (Jo 4,15).
Também em nossa vida de trabalho, quando percebemos fechamento e diferença, nos abrimos ou nos fechamos? Como Jesus, é preciso estar abertos para lá da diferença e acolher o outro.
5. Eu percebo você, eu te reconheço:
Neste ponto, Jesus pede que a mulher chame o seu marido. Ela responde que não o tem, e eles falam sobre isto (Jo 4, 16-18). Como Jesus sabia da realidade daquela mulher? Isto não é o mais importante. Importa que ele percebeu a mulher. Percebeu que, mesmo tendo tido cinco maridos, ela nunca havia sido amada. Reconhecer o outro, perceber o outro é estar aberto, é escutar. Não só com o ouvido, mas com o coração. Isto é fundamental para que haja um ENCONTRO.
6. Agora eu percebo que você me conhece:
A mulher percebe que Jesus é um grande profeta (Jo 4, 19-21), não por um milagre, mas porque Jesus a olha por dentro. Também nós, quando percebemos que alguém nos escuta verdadeiramente nos abrimos e confiamos. Nosso encontro vai caminhando…
7. Agora nós mudamos:
O último passo desse Encontro se dá quando a mulher, uma samaritana, marginalizada, vai até seu povo e fala, e muitos acreditam nela e em Jesus (Jo 4, 39). O verdadeiro Encontro provoca mudanças. Ninguém sai ileso de um ENCONTRO, se ele é real. O Encontro nos enriquece, questiona, pede mudanças, senão não é Encontro.
O nosso querido Pe. Pedro gravou um vídeo explicando o período de Quaresma e a sua importância para a vida cristã. Clique aqui e confira!