Maria Domingas Mazzarello
Maria Domingas Mazzarello nasceu em Mornese, na Itália, em 1837. Junto com Dom Bosco, fundou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. Sua vida foi marcada por um estilo de relações simples e autênticas. Como educadora, teve coração de mãe, sabendo ser firme em relação aos princípios e valores universais. Foi beatificada em 20 de novembro de 1938 e canonizada em 24 de junho de 1951.
Em 1855, aos 15 anos, inscreveu-se na Associação das Filhas da Imaculada em que, juntamente com outras jovens, dedicou-se às obras de caridade e ao cuidado de crianças sem, contudo, possuir uma estrutura religiosa. Paralelamente a isso, em Turim, Dom Bosco fundava a Sociedade de São Francisco de Sales, os Salesianos, que também se ocupava do cuidado da juventude e, essa feliz “coincidência” levaria, futuramente, à criação do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora.
Um Sonho se Materializa em Mornese
“A ti as confio”. Quem lê essa frase pela primeira vez não dimensiona o impacto que ela causou na vida de milhares de jovens ao longo dos últimos 151 anos.
Maria Domingas Mazzarello ouviu essa misteriosa mensagem em uma visão, enquanto via algumas jovens correndo em um pátio, no interior de um grande edifício, em Mornese (Itália). Esse foi o marco inicial para que, anos depois, mais precisamente em 05 de agosto de 1872, fosse fundado o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA).
As primeiras FMA foram envolvidas, também, no grande “sonho” de Dom Bosco: “Devo fazer com que o sangue de Jesus não seja derramado em vão, tanto pelos jovens como pelas meninas” (MB VII 218).
Dom Bosco amadureceu a decisão de fundar uma congregação religiosa feminina para a educação das jovens devido à constatação do estado de abandono e pobreza em que muitas meninas se encontravam.
Enquanto formatava seu projeto, em Mornese (Alessandria), Maria Domingas Mazzarello, membro da Associação das Filhas da Imaculada, incentivava um grupo de jovens que se dedicava ensinar as meninas da cidade corte e costura a orientarem-nas, também, para serem boas cristãs e honestas cidadãs.
Assim, dois sonhos encontraram-se e convergiram para um mesmo ideal: dar, também às meninas e jovens uma educação religiosa, um acolhimento semelhante à dos meninos amparados por Dom Bosco. Para a fundação Dom Bosco escolheu o grupo das Filhas da Imaculada Conceição de Mornese, e Maria Domenica Mazzarello tornou-se co-fundadora dando forma e desenvolvimento à nova Instituição.
Dom Bosco visita Mornese
Em 7 de outubro de 1864, Dom Bosco se encontrou pela primeira vez com o povo da cidade, acompanhado por cerca de oitenta meninos. Visitou, também, a pequena oficina das “Filhas da Imaculada”, o que o deixou profundamente impressionado. Ali surgia uma vocação comum entre Dom Bosco e Madre Mazzarello: dois sonhos convergiam para um idêntico ideal: levar às meninas e jovens mulheres da época a proposta educativa e evangelizadora Salesiana.
Fundação do Instituto
Em 1870, Dom Bosco retornou à Mornese para ver de perto a vida das “Filhas” e mostrou-se satisfeito. Diante de tal realidade, no ano seguinte, reuniu os Salesianos e pediu um parecer sobre a fundação do ramo feminino. Todos se manifestaram favoráveis. Dom Bosco determinou, então, que as “Filhas da Imaculada” que desejassem livremente fazer parte do novo Instituto, se transferissem para o prédio do colégio recém-construído e ali levassem uma vida comunitária.
No dia 5 de agosto de 1872, um grupo de 11 jovens fez a Primeira Profissão para serem, na Igreja e na sociedade religiosa, educadoras das jovens, especialmente das classes populares. Elas também se reuniram e elegeram Maria Domingas Mazzarello como a primeira superiora do recém fundado Instituto. O nome do Instituto foi escolhido por Dom Bosco com um claro objetivo: que as Irmãs fossem um “monumento vivo” de sua gratidão a Nossa Senhora Auxiliadora.
Dirigido pela sabedoria formativa de sua cofundadora, Madre Mazzarello, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora conjuga, com criatividade, o Sistema Preventivo de Dom Bosco, usando dos recursos femininos, das exigências da educação da mulher e da infância e da presença ativa no âmbito da escola e da catequese.
Ide e se fazei Evangelho
No ano de 1875, Dom Bosco iniciava a expansão de sua Obra, além dos limites europeus, atravessando o Atlântico e chegando à América, mais precisamente à Argentina. Dom Bosco ficou na Itália, entres seus meninos, mas sempre teve ideal missionário. Numa noite, do ano de 1871, um ‘sonho´ inflamou ainda mais o desejo de transplantar seus salesianos e Filhas de Maria Auxiliadora. Nesse sonho, ele se viu transportado a uma imensa e desconhecida região selvagem, emoldurada por uma altíssima cadeia de montanhas, habitada por homens de grande estatura, cor bronzeada, seminus e de aparência feroz.
Assim, em 1887, começou a história missionária das Filhas de Maria Auxiliadora No dia 08 de setembro –festa de Maria Santíssima e primeiro sábado – é comunicada à comunidade a decisão de Dom Bosco para uma primeira partida das FMA para a América: sua meta foi o Uruguai. Nos anos seguintes, sua presença chegou em mais países do continente, como Argentina e Chile.
Em 1892, a história das FMA se iniciou no Brasil, com a fundação da sua primeira casa no país, na cidade de Guaratinguetá (SP), onde está situado o Instituto Nossa Senhora do Carmo. O grande intermediador da vinda das Salesianas para o Brasil, particularmente Guaratinguetá, foi Monsenhor João Filippo, nascido em 1845, em São Vicenzo de Cosenza, Itália, que após a sua ordenação sacerdotal escolheu o Brasil, mais precisamente, a cidade de Guaratinguetá, no Estado de São Paulo, como seu campo de missão e apostolado sacerdotal.
Preocupado com a educação fundou um colégio para meninos e construiu o Colégio do Carmo para as meninas com a intenção de entregá-lo às Filhas de Maria Auxiliadora. No ano de 1892, começou a história das Filhas de Maria Auxiliadora no Brasil, confundindo a história da Inspetoria Santa Catarina de Sena com a história da primeira casa, Colégio Nossa Senhora do Carmo de Guaratinguetá.
É dentro dessas perspectivas que as Irmãs passaram a realizar a sua atividade educacional e assistencial. Em consequência da cultura, sobretudo, cafeeira as diversas localidades do Vale ofereciam instrução elementar para as crianças, mas, em razão da situação de dependência da Mulher, dava-se mais importância à escolarização dos meninos. Portanto, na região do Vale do Paraíba, a presença das FMA, foi fundamental para educação feminina.
Atualmente, as filhas de Maria Auxiliadora estão nos cinco continentes, em 105 países, distribuídas em 74 províncias e 5 visitadorias.
O Unifatea parabeniza todas as irmãs, filhas de Maria Auxiliadora, pelos 151 anos de Instituto, com votos de muitas bençãos e graças.